Risco aumenta com a idade da mulher. Idas regulares ao ginecologista podem detectar precocemente este tipo de tumor
Câncer de ovário é um termo genérico para qualquer tumor maligno no ovário, mas não se trata de uma doença única. Alguns são extremamente raros e podem surgir mesmo após a remoção dos ovários.
Estima-se 6 mil novos casos de câncer de ovário por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), ocupando a 19ª posição do ranking de neoplasias. É a segunda neoplasia ginecológica mais comum após o câncer de útero. Geralmente é diagnosticado em estágio avançado.
É muito importante estabelecer o diagnóstico preciso logo de início. Os principais tipos de câncer de ovário são nomeados de acordo com as células onde a doença se forma.
O câncer de ovário pode ser difícil de detectar precocemente, pois os sintomas geralmente não aparecem até estágios mais avançados. Os sintomas podem ser vagos ou ser confundidos com outras condições ou doenças. Os principais sintomas podem incluir:
Idas regulares ao ginecologista são indicadas como prevenção e para o diagnóstico precoce. Mas alguns fatores podem aumentar a probabilidade de uma mulher desenvolver o câncer de ovário. Por isso, a identificação dos fatores de risco é fundamental para a prevenção e diagnóstico precoce. Conheça os mais comuns:
O diagnóstico do câncer de ovário pode envolver uma combinação de exames, tais como:
O estadiamento do câncer de ovário é um processo fundamental para determinar a extensão da doença e orientar o tratamento. O estadiamento é feito principalmente durante a cirurgia, com base nos achados anatomopatológicos. Este processo envolve a avaliação da extensão do tumor, o envolvimento de gânglios linfáticos e a disseminação para outros órgãos.
Os estágios variam de 1 a 4, e geralmente é indicado com algarismos romanos de I a IV, com o estágio IV representando a doença mais avançada.
– Estágio IA: está presente em um ovário;
– Estágio IB: presente em ambos os ovários;
– Estágio IC: presente em um ou ambos os ovários, e na superfície do ovário, no fluido abdominal, ou uma cápsula com fluido rompida.
– Estágio IIA: o tumor atingiu o útero, as trompas de Falópio ou ambos;
– Estágio IIB: quando há a disseminação para a bexiga, reto ou cólon.
– Estágio IIIA: espalhou-se pelo revestimento do abdômen e não pode ser visto, ou atingiu os gânglios linfáticos;
– Estágio IIIB: quando o câncer avança pelo abdômen e é visível, mas tem menos de 2 cm;
– Estágio IIIC: ocorre a disseminação do câncer pelo abdômen e é visível, tendo mais de 2 cm.
– Estágio IVA: o tumor é encontrado próximo aos pulmões;
– Estágio IVB: quando o tumor se espalha para o interior do baço e fígado, afeta os gânglios linfáticos da virilha e avança para os ossos e pulmão.
O tratamento do câncer de ovário geralmente envolve uma combinação de cirurgia e quimioterapia. Outras terapias podem ser recomendadas para tratar ou ajudar a aliviar os sintomas, como terapias hormonais, terapias direcionadas e imunoterapias. O plano de tratamento é personalizado para cada paciente e considera o tipo de câncer, o seu estágio, a saúde geral, a idade e o desejo de ter filhos. O teste genético também poderá ser avaliado.
Os tratamentos podem incluir:
É frequentemente a primeira etapa do tratamento e tem o objetivo de remover o máximo possível de tumor. Pode envolver a remoção dos ovários, trompas de Falópio, útero, colo do útero e outros tecidos afetados, como o omento. Em casos de doença avançada, pode ser necessária a remoção de outros órgãos. A cirurgia pode ser realizada por meio de laparotomia (cirurgia aberta) ou videolaparoscopia (cirurgia minimamente invasiva).
Pode ser administrada antes ou após a cirurgia, por via intravenosa ou oral. A quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) é uma opção em casos de pequena quantidade de tumor restante após a cirurgia.
Neste caso, a medicação concentrada é colocada na cavidade abdominal por meio de um cateter ou porta (port-a-cath), dispositivo implantado que permite o acesso venoso. Assim, ela trata o câncer e a região do corpo para onde o câncer provavelmente se espalhará. A quimioterapia também percorre a corrente sanguínea, eliminando outras células tumorais que possam estar disseminadas.
São medicamentos que atacam as células cancerígenas de forma específica, interferindo no seu crescimento e multiplicação. Atualmente, há três terapias-alvo aprovadas no Brasil para o combate a este tipo de tumor: 1) medicações orais da classe dos inibidores das enzimas PARP (iPARP), como o olaparibe e niraparibe, 2) e o bevacizumabe, administrado de forma endovenosa.
Alguns tipos de câncer de ovário usam hormônios para crescer, e a hormonioterapia bloqueia esses hormônios. É mais usada para manter a doença sob controle, sem progressão. Geralmente, é uma opção de tratamento para alguns tipos de câncer de ovário de crescimento lento ou em casos de retorno do tumor após tratamentos iniciais.
Em alguns casos, nossas células de defesa não combatem as células cancerígenas, porque estas fabricam proteínas que as tornam invisíveis ao sistema imunológico. A imunoterapia interfere neste comportamento, bloqueando essas proteínas e estimulando as defesas a combater o câncer.