O cólon sigmoide representa a porção final do intestino grosso, posicionado diretamente antes do reto. Esta região desempenha um papel essencial no processo digestivo, sendo responsável pela absorção final de água dos resíduos alimentares e pelo impulso das fezes em direção ao reto e ânus, preparando-as para a eliminação durante a evacuação.
O câncer colorretal é uma denominação que abrange tanto as neoplasias do cólon quanto as do reto. Estudos científicos demonstram uma prevalência aumentada de câncer colorretal no cólon sigmoide, que se encontra no lado esquerdo do abdome, junto com o cólon descendente e o reto. É relevante mencionar que o reto, apesar de não ser tecnicamente uma porção do cólon, também é considerado uma estrutura do lado esquerdo.
As evidências médicas mostram que uma significativa proporção dos casos de câncer colorretal é diagnosticada no lado esquerdo do intestino, incluindo o cólon sigmoide. Embora os fatores que determinam a localização inicial do tumor não sejam totalmente esclarecidos, constata-se que as neoplasias do lado esquerdo apresentam maior frequência quando comparadas às do lado direito.
O intestino grosso é composto pelo cólon e reto. O cólon apresenta quatro segmentos distintos: a porção ascendente (localizada à direita do abdome), a porção transversa (na região superior), e as porções descendente e sigmoide (posicionadas à esquerda do abdome). O cólon sigmoide representa a seção do intestino grosso que estabelece a conexão com o reto, que então se conecta ao ânus.
Sintomas mais comuns quando o câncer está no lado esquerdo do intestino
Quando o câncer colorretal se desenvolve no lado esquerdo do intestino grosso, incluindo o cólon sigmoide, geralmente é mais fácil de perceber os sintomas. Isso acontece porque essa parte do intestino funciona de forma diferente do lado direito.
As pessoas que têm câncer no lado esquerdo do intestino, particularmente no cólon sigmoide, costumam notar mudanças claras no funcionamento do intestino. Você pode perceber que está indo ao banheiro com mais ou menos frequência que o normal, ou que as fezes estão com formato ou consistência diferentes do habitual. Algumas pessoas sentem que não conseguem evacuar completamente, mesmo após ir ao banheiro.
Outro sinal muito importante é a presença de sangue nas fezes. Esse sangue pode aparecer de diferentes formas: às vezes são apenas pequenas manchas vermelhas nas fezes, outras vezes pode ser uma quantidade maior de sangue. É comum também aparecer muco (uma substância viscosa) junto com as fezes.
Já quando o câncer está no lado direito do intestino, os sintomas costumam ser mais difíceis de perceber. Isso ocorre porque o lado direito do intestino é mais largo e o conteúdo intestinal ainda está mais líquido nessa região. Por isso, o tumor pode crescer bastante antes de causar sintomas que você consiga notar.
É importante lembrar que esses sintomas também podem ser causados por outros problemas de saúde menos graves. Porém, se você notar qualquer uma dessas mudanças, especialmente se durarem mais de algumas semanas, é fundamental procurar um médico para uma avaliação adequada.
Características Genéticas Diferentes
Tumores que se desenvolvem no lado esquerdo do cólon, incluindo o cólon sigmoide, têm mais mutações de genes supressores de tumor, como APC e TP53. Esses genes ajudam a prevenir o crescimento de tumores. Mutações nesses genes tornam você mais propenso a desenvolver certos tipos de câncer, incluindo o câncer de cólon.
Tumores que se desenvolvem no lado direito do cólon são mais prováveis em pessoas que têm síndromes hereditárias de câncer. Isso inclui alta instabilidade de microssatélites (MSI-high) – também conhecida como deficiência de reparo de DNA (dMMR) – e síndrome de Lynch.
Detecção Durante a Colonoscopia
Tumores do lado esquerdo, particularmente aqueles localizados no cólon sigmoide, são mais fáceis de detectar durante uma colonoscopia. Durante esse exame, o médico examina as paredes e o revestimento do cólon inserindo uma sonda flexível através do reto e ao redor do intestino grosso. Os médicos examinam primeiro o lado esquerdo, pois está mais próximo de onde a sonda é inserida.
O câncer colorretal tem origem comumente em pólipos que se desenvolvem no cólon ou reto. Quando localizados no lado esquerdo do intestino, incluindo o cólon sigmoide, esses tumores tendem a formar lesões polipoides que se projetam em direção ao interior do trato digestivo, facilitando sua identificação visual. A colonoscopia demonstra alta eficácia na identificação dessas formações, o que justifica a importância fundamental da realização periódica deste exame como método de rastreamento preventivo.
Muitos pólipos no lado direito do cólon são adenomas serrilhados sésseis. Esses são planos e mais difíceis de detectar durante uma colonoscopia. Por isso, cânceres do lado direito são frequentemente diagnosticados em estágios avançados e podem ser mais difíceis de tratar.
O preparo para colonoscopia é importante porque seu cólon precisa estar completamente limpo de fezes, para que o médico possa visualizar facilmente tanto o lado esquerdo quanto o direito do cólon.
Impacto no Tratamento do Câncer no Cólon Sigmoide
O lado onde o câncer se desenvolve ajuda a determinar o tratamento. De forma geral, tumores do lado esquerdo, incluindo aqueles no cólon sigmoide, têm um prognóstico melhor que tumores do lado direito. Isso ocorre porque o câncer de cólon do lado esquerdo responde melhor à quimioterapia e às terapias direcionadas, como medicamentos anti-EGFR e HER2.
Tumores do lado direito tendem a ter mais mutações genéticas, que frequentemente estão associadas a cânceres mais agressivos. Tumores do lado direito também são mais difíceis de detectar, então são frequentemente diagnosticados quando a doença está mais avançada. Recentemente, a imunoterapia tem sido eficaz no tratamento desses cânceres porque o corpo consegue reconhecer as células anormais e atacá-las. A imunoterapia tem ajudado a melhorar o prognóstico para pacientes com câncer de cólon do lado direito em estágio IV.
Progressos no Tratamento
O câncer colorretal tem sido objeto de estudo e tratamento médico há décadas. Contudo, foi apenas nos últimos anos que a comunidade científica conseguiu compreender plenamente as distinções entre diferentes localizações anatômicas da doença. Anteriormente, essas variações não eram amplamente reconhecidas ou consideradas no planejamento terapêutico.
Com o avanço da pesquisa médica, descobriu-se que o câncer colorretal não deve ser abordado como uma única patologia. Atualmente, é reconhecido como uma doença complexa e heterogênea, composta por diversos subtipos com características distintas. Essa compreensão tem direcionado os esforços científicos para o desenvolvimento de tratamentos mais específicos e personalizados, adequados às particularidades de cada caso.
De forma progressiva e constante, a medicina tem caminhado em direção a abordagens terapêuticas individualizadas para o câncer colorretal. A localização anatômica do tumor tem se mostrado um fator determinante nesse processo de personalização do tratamento.
Essa evolução no entendimento das diferentes apresentações da doença tem gerado avanços significativos nas estratégias terapêuticas, oferecendo perspectivas promissoras para melhores resultados clínicos e cuidados mais direcionados às necessidades específicas de cada paciente.
