Pólipos no Estômago: O que Você Precisa Saber

Quando pensamos em pólipos, logo nos vem à mente o intestino. Porém, essas pequenas formações também podem se desenvolver como pólipos no estômago, frequentemente sem causar sintomas perceptíveis.

 

O que são pólipos no estômago?

Os pólipos no estômago são pequenas elevações que crescem no revestimento interno do estômago, como pequenos “cogumelos” aderidos à parede. Imagine-os como pequenas saliências que se formam na mucosa gástrica. A grande maioria desses pólipos é benigna, ou seja, não representa câncer, mas alguns tipos específicos podem evoluir para câncer de estômago se não forem acompanhados adequadamente.

Quem tem mais chance de desenvolver pólipos no estômago?

As causas dos pólipos no estômago nem sempre são claras, principalmente quando não há sintomas. No entanto, alguns fatores podem elevar o risco de desenvolvimento:

  • Uso de medicamentos para o estômago: O uso prolongado de medicamentos chamados inibidores da bomba de prótons (como omeprazol, esomeprazol, pantoprazol) é uma das principais causas nos países ocidentais. Esses remédios são muito eficazes para tratar azia e problemas do estômago, mas quando usados por muito tempo, podem diminuir demais a produção de ácido no estômago. Isso faz com que algumas células trabalhem em excesso para tentar equilibrar a situação, podendo formar pólipos.
  • Infecção por H. pylori: A bactéria Helicobacter pylori pode causar inflamação no estômago e aumentar o risco de pólipos. Embora seja menos comum no Brasil do que em outros países, ainda é uma causa importante.
  • Fatores genéticos: Algumas pessoas nascem com uma condição genética chamada polipose adenomatosa familiar (PAF), que aumenta o risco de desenvolver pólipos não apenas no intestino, mas também no estômago.
  • Inflamação do estômago: Qualquer condição que cause inflamação prolongada no estômago pode aumentar o risco de pólipos.

Quais são os tipos de pólipos no estômago?

Existem diferentes tipos de pólipos no estômago, e é importante conhecê-los porque cada um tem características próprias:

  • Pólipos de glândulas fúndicas: São os mais comuns no Brasil e países ocidentais. Aparecem na parte superior do estômago e frequentemente estão relacionados ao uso de medicamentos para diminuir a acidez estomacal. Geralmente são benignos.
  • Pólipos hiperplásicos: Podem aparecer em qualquer parte do estômago e estão frequentemente relacionados à inflamação causada por gastrite ou infecção por H. pylori. Embora geralmente sejam benignos, podem se transformar em câncer se não tratados.
  • Pólipos adenomatosos: São menos comuns, mas têm maior chance de se transformar em câncer de estômago. Geralmente aparecem na parte inferior do estômago e podem estar relacionados a condições genéticas. 

Como os pólipos no estômago são descobertos?

Os pólipos no estômago quase sempre são descobertos durante um exame chamado endoscopia digestiva alta. Este exame é realizado quando você apresenta sintomas como azia frequente, má digestão, dor no estômago ou refluxo.

Durante a endoscopia, o médico introduz um tubo fino e flexível com uma câmera pela boca para examinar o interior do estômago. É um exame seguro e geralmente feito com sedação para garantir seu conforto durante o procedimento.

Como são tratados os pólipos no estômago?

O tratamento depende do tipo de pólipo, seu tamanho e o que está causando seu aparecimento:

  • Para pólipos relacionados a medicamentos: Se os pólipos foram causados por medicamentos para diminuir a acidez do estômago, simplesmente trocar para outro tipo de medicamento pode fazer com que os pólipos desapareçam.
  • Para pólipos relacionados à H. pylori: O tratamento com antibióticos para eliminar a bactéria pode fazer os pólipos diminuírem ou até desaparecerem completamente.
  • Remoção de pólipos: Pólipos maiores que 1 centímetro geralmente precisam ser removidos. Isso pode ser feito durante a própria endoscopia ou, em casos mais complexos, através de cirurgia. O material removido é sempre enviado para análise microscópica para confirmar o diagnóstico.
  • Acompanhamento regular: Algumas pessoas, especialmente aquelas com condições genéticas, precisam fazer endoscopias regulares para monitorar os pólipos.

É importante saber que nem todos os pólipos precisam ser removidos. Pólipos pequenos, com baixo risco de se transformar em câncer e que não causam sintomas podem apenas ser acompanhados com exames regulares.

Como prevenir pólipos no estômago?

Embora nem sempre seja possível prevenir os pólipos, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvê-los.

Manter um peso saudável é fundamental, pois o excesso de peso pode aumentar problemas digestivos como azia e refluxo, levando ao uso prolongado de medicamentos que podem causar pólipos. Uma alimentação equilibrada também contribui para manter o estômago funcionando adequadamente e reduz a necessidade de medicamentos para problemas digestivos.

É importante usar medicamentos apenas com orientação médica. Se você precisa tomar medicamentos para o estômago regularmente, converse com seu médico sobre a melhor opção e o tempo de uso adequado.

Conhecer seu histórico familiar também é relevante. Se há casos de pólipos ou câncer de estômago na família, informe seu médico, pois isso pode indicar a necessidade de acompanhamento mais frequente.

Tratar infecções quando necessário é essencial. Se você tem infecção por H. pylori, é importante fazer o tratamento completo com antibióticos conforme orientação médica para evitar complicações futuras.

Quando procurar ajuda médica?

Procure um médico se você apresenta azia frequente que não melhora com medicamentos, dor no estômago persistente ou dificuldade para engolir. Outros sinais importantes incluem perda de peso sem motivo aparente, náuseas e vômitos frequentes.

É especialmente importante buscar orientação médica se você tem histórico familiar de pólipos ou câncer de estômago, pois isso pode indicar maior risco e necessidade de acompanhamento preventivo regular.

Lembre-se: o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são fundamentais para manter sua saúde em dia. Converse sempre com seu médico sobre suas dúvidas e preocupações.

Oncologista em São Paulo - Dr. Hugo Tanaka

Dr. Hugo Tanaka
Oncologista Clínico
CRM 163241 | RQE 100689 – Oncologia Clínica

Oncologista clínico e pesquisador atuante em São Paulo, com sólida formação acadêmica que inclui doutorado e mestrado em oncologia clínica e atendimento multidisciplinar.
Especialista certificado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), desenvolve práticas médicas integradas com foco em atendimento humanizado e ágil, sempre baseado em diretrizes internacionais.

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